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24 . 3 . 2022

Fabrico de Calçado

História do Calçado

A história dos sapatos é uma história que se estende por milhares de anos, mesmo até à Idade do Gelo. Os seus primórdios foram tão humildes quanto se poderia imaginar: a história dos sapatos nasceu da necessidade de protegermos os nossos pés e a nós mesmos.

Proteção e segurança são então as duas necessidades básicas que deram origem à história do calçado.

Mas o que começou como um esforço pragmático, com o passar dos anos e dos séculos acabou por se transformar numa indústria florescente integral à nossa vida quotidiana, tanto em função quanto em afirmação.

Se é tão apaixonado pela história dos sapatos e pelo mundo do calçado como nós, provavelmente também terá interesse em como evoluíram ao longo dos tempos. Se for esse o caso, continue a ler.

 

Qual é a história dos sapatos?

Neste contexto, a história dos sapatos é uma breve descrição de como o calçado começou e evoluiu ao longo das diferentes épocas em que a sociedade se foi desenvolvendo.

A história dos sapatos é verdadeiramente fascinante e complexa. Daria para escrevermos vários livros sobre isso, pelo que, na verdade, umas centenas de palavras nunca serão capazes de lhes fazer devida justiça.

Aliás, toda a história da humanidade poderia ser contada do ponto de vista do desenvolvimento do calçado.

Seria mesmo impossível imaginá-la sem qualquer tipo ou categoria de sapatos.

Mesmo quando milhares de anos depois estes ainda partilhem o mesmo tipo de características básicas, ainda que transformadas por um sem fim de cores, desenhos e materiais

Sendo assim, onde começou a história dos sapatos? Alguma ideia?

 

A história dos sapatos ao longo dos tempos

Para melhor entendermos a história dos sapatos, condensamo-la em quatro partes diferentes, desde a antiguidade até os dias modernos. Ou seja, desde a proteção primária, mas necessária à sobrevivência, até à experiência de compra online a que todos estamos já acostumados hoje.

E como diz a expressão popular: “comecemos pelo início”.

 

História dos Sapatos na Antiguidade

A história dos sapatos começa com a produção básica de calçado projetado para a proteção dos pés das intempéries. Isto foi particularmente verdadeiro durante o período da chamada Idade do Gelo, quando o movimento e a caça eram parte constante das técnicas diárias de sobrevivência.

Mas à medida que o gelo recuou, a história dos sapatos avançou rapidamente para o Egito e a antiguidade clássica, remontando aos períodos grego e romano onde a sociedade realmente começou a dar os seus primeiros passos e a estabelecer-se.

As sandálias em pele foram o primeiro tipo de sapatos comuns a surgir na história dos sapatos.

No entanto, o estatuto social ainda definia quem eram aqueles capazes de os adquirir, bem como “onde” utilizá-los. Durante todo este tempo, muitos eram os que ainda andavam descalços, nomeadamente nas regiões mais quentes do globo.

Cores diferentes foram também utilizadas para distinguir diferentes posições sociais. Os soldados tinham também os seus próprios tipos de sandálias e botas, ambas de características mais robustas, projetadas para continuar a proteger os seus pés durante longas marchas cansativas.

Durante algum tempo, as sandálias dominaram a história dos sapatos, principalmente na Europa. Eram construídas e utilizadas conforme a posição que se tinha na sociedade e que, em suma, era uma das seguintes: camponês, militar, nobreza ou clérigo.

No entanto, lenta mas firmemente, a produção de calçado começou a prosperar e a história dos sapatos evoluiu para a Idade Média.

 

História dos Sapatos na Idade Média

Também conhecida como a "Idade das Trevas" pelas mais variadas razões, a verdade é que a história dos sapatos foi excecionalmente brilhante ao longo da Idade Média.

Foi por esta altura que muitas novas tendências e designs apareceram pela primeira vez, incluindo até a utilização de salto.

Durante esta época, a estrutura do sapato era ainda um pouco primitiva, mas novos padrões e cores aproveitavam para fazerem a sua estreia na história dos sapatos. A moda e o bom gosto começavam a tornar-se importantes, principalmente nos estratos mais altos da sociedade em geral.

As botas também foram muito importantes durante este período da história dos sapatos, em grande parte pelas mesmas razões pelas quais foram inventadas: ajudavam a proteger os pés, mas também podiam ser mais quentes se se adicionasse um pouco de pele ou de feno dentro das botas para melhorarem o conforto.

Um design específico chamado “poulaines” surgiu também durante este período da história dos sapatos.

Tinham pontas longas e pontiagudas — às vezes podiam chegar até aos 50 cm. Se imaginar um bobo da corte estes seriam, provavelmente, o tipo de sapatos que ele estaria a calçar. 

 

O Renascimento e a Revolução Industrial

A história dos sapatos implica também reconhecer que a moda costumava mudar muito mais lentamente do que hoje em dia. Geralmente, começava em países com maior economia e altos padrões de arte, cultura e estética. É o caso de Itália e de França, países onde os artistas floresceram e nos quais o design de calçado não foi exceção.

Durante a história dos sapatos durante o renascimento, os designs criados nesses países espalharam-se por toda a Europa. Incluindo as escolhas feitas pelo Rei Sol Luís XIV, que demonstrou a sua supremacia através dos saltos altos que hoje reconhecemos como os “Sapatos Franceses”.

Até os Tudors de Inglaterra começaram a utilizá-los. Aliás, somente no final do século XVI é que as mulheres começaram a chamar para si os saltos.

Durante o século XVII, botins e sapatos de fivela tornaram-se a escolha da moda e foi apenas no século XIX que os atacadores inevitavelmente substituíram as fivelas. Foi então que a Revolução Industrial irrompeu pela história dos sapatos.

Refira-se que durante este período da história do calçado, alguns ainda eram demasiado pobres para adquirir um par de sapatos novos, nomeadamente para as crianças. As pessoas comuns costumavam usar um simples par de sapatos ou botas em pele, de acordo com as suas necessidades e muitas crianças ainda andavam descalças, principalmente nas regiões mais pobres.

Durante a Revolução Industrial, surgiu a primeira máquina de calçado que, por sua vez, deu origem à produção em massa. Centenas de sapatos podiam agora ser feitos num único dia e o calçado finalmente se tornou amplamente disponível.

Quando o fim dos atacadores começou a endurecer, os sapatos com atacadores como os conhecemos hoje ganharam popularidade dentro da história dos sapatos. Um exemplo é o clássico modelo Oxford, ou os sapatos Brogue para homem.

 

História dos Sapatos nos Tempos Modernos

Durante o século XX, os padrões de vida melhoraram, em geral, para todos. Isso significou uma maior oportunidade para o aparecimento de novos designs e estilos de sapatos.

A história dos sapatos também foi fortemente influenciada pelas Guerras Mundiais e pela Grande Depressão, que exigiu o uso de diferentes materiais além da pele, de cetim ou da seda para a projeção novos modelos.

Depois, a partir de 1950, ocorreu um boom.

A cultura pop chamou pela individualidade e as pessoas começaram a sentir uma necessidade de fazerem uma declaração de moda própria.

Os designs modernos e coloridos estavam agora em voga e, em vez de reis e cortes, atores de Hollywood e bandas de música de renome mundial influenciaram a decisão de moda da população em geral.

Durante a década de 1960, o design das botas Chelsea espalhou-se como fogo, muito devido aos Beatles que também acabaram por deixar a sua marca na história dos sapatos. No final da década, um jovem português chamado Carlos Santos começou também a sua própria história, dando os primeiros passos numa indústria pela qual era apaixonado e estava seguro